terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Velhas Virgens - Independência ou morte.

Após um mês de férias, creio que está mais do que na hora de postar alguma coisa. E pra voltar com tudo começamos mais um “Quadro” no nosso blog: Independência ou Morte. Feito com bandas brasileiras e independentes e se não fosse por essa independência talvez hoje estivessem mortas. Felizmente elas fugiram das gravadoras e hoje nós podemos apreciar o seu maravilhoso trabalho suado e ‘encervejado’, que alegra as nossas sextas-feiras bares à dentro (Lembrem-se, este é o espírito).
         A primeira banda entrevistada foi só a maior banda independente do Brasil. É, só! (ai, meu sarcasmo) E aqui vão oito perguntas para Velhas Virgens! As respostas foram dadas por Alê (Alexandre Cavalo Dias, guitarrista e backing-vocal) e Paulão (Paulão de Carvalho, vocal, sax e gaita) É, de fato, um aprendizado.

Blog: No inicio da banda a oportunidade de ter uma gravadora simplesmente apareceu, ou foi algo que vocês foram atrás?
 Alê: Fomos atrás e depois apareceram algumas propostas de gravadoras independentes. Escolhemos a errada e isso quase acabou com  a banda. Com muito custo nos livramos do contrato e começamos tudo de novo tendo, inclusive que limpar nosso nome que o cara conseguiu jogar na lama. Grande filho da puta! Quem está começando com banda, cuidado com os contratos. Advogado sempre!

Blog: Após a experiência com a gravadora, quais motivos levaram vocês a decidir pelo caminho da independência?
Paulão: A gravadora era uma mentira, uma falsificação. O canalha prometeu mundos e fundos, não cumpriu e ainda usou nosso nome, queimando nosso filme em rádios e na empresa que prensaria o cd. Ainda estivemos no selo de rock da Velas, mas percebemos boas intenções e bem pouca competência. Nos restou o "faça vc mesmo".

Blog: No inicio do processo de transição da gravadora para a independência qual foi a maior dificuldade encontrada?
Paulão: Quando você tem alguém que resolve os problemas pra você, nem se preocupa em saber o quanto de burocracia e pentelhação envolve tanto a abertura de uma empresa quanto as negociações mais variadas. Então você descobre que o lado artístico é apenas um dos muitos lados do polígono da carreira.
Alê: Organização do negócio e arrumar grana pra fazer os primeiros produtos.

Blog: Já passou pela cabeça de vocês em algum momento voltar para uma grande gravadora e deixar de ser uma banda independente?
Alê: Hoje em dia, mesmo se houvesse proposta, não valeria a pena. As gravadoras estão mais falidas que qualquer outra coisa no mercado. Estamos melhor sozinhos!
Paulão: A questão é ideológica: se uma grande gravadora nos der a liberdade de fazer o que queremos, bancado a estrutura, a gente vai, sem problemas. Mas sempre que alguém financia algo na sua vida tem cobrança. Então,acho difícil!

Blog: E mesmo sendo uma banda independente vocês conseguiram se tornar uma das maiores bandas de rock do Brasil. Qual a sensação de ter conseguido isso por vocês mesmos e não pela ajuda de uma grande gravadora?
Paulão: Orgulho. Ainda há muito a conquistar, ainda há milhares de objetivos a atingir, mas a gente sente orgulho de chegar aonde chegou com suor e cerveja.

 Blog: Na opinião de vocês a situação para bandas de rock independente melhorou na ultima década ou ainda há muito a se evoluir?
Alê: Com a internet entrando em todos os lares e telefones celulares o que já está muito bom vai melhorar mais ainda. O problema é que ficou muito fácil gravar, divulgar que muitas bandas fazem isso sem estar devidamente preparadas e madurasse isso pode acabar com um embrião promissor. Há de saber separar o joio do trigo.
Blog: Como todos sabem, nem tudo é de todo ruim nem de todo bom, então quais seriam os prós e contras de se estar em uma gravadora e os prós e contras de se ser independente?
 Alê: Acredito que hoje estar numa gravadora não faz a menor diferença. Eles tem uma organização e planejamento pré-estabelecidos e o que se precisa hoje é de criatividade. Não dá pra fazer do mesmo jeito. Na independência você tem mais agilidade e mobilidade pra fazer o que quiser e ousar. Ousadia e criatividade fazem toda a diferença no mercado!

Blog: Para finalizar gostaríamos de agradecer a oportunidade dessa entrevista com a maior banda independente do Brasil e gostaríamos de saber: qual conselho vocês dariam para quem esta começando agora a se aventurar no mundo rock e sonha em ser um rock star?
Paulão: Pense em duas frentes:
a primeira, em produzir com qualidade o que vc realmente quer, em se realizar com o que fez;
a segunda, de comparar sua evolução não com seus possíveis concorrentes, mas olhar de onde você partiu e onde você conseguiu chegar, especialmente se vc alcançou algo sem se sentir manipulado ou sem a sensação de ter se vendido. It’s a long way to the top if you wanna rock’n’roll!
Alê: O melhor conselho é o que nós recebemos a 20 anos atrás. Vá pra estrada. Vá tocar que, se seu trabalho for criativo e bom, as oportunidades aparecerão!

E o que podemos concluir com tudo isso que foi dito?
Simples, o rock não precisa de marcas grandes empresas nem nada para existir, ele precisa apenas ser o rock, o bom, velho e alcoólico Rock ‘n Roll como todos gostamos. Não podemos esquecer claro que também existem grandes bandas em gravadoras, então não seja um babaca e saia por ai tacando fogo em gravadoras e pregando que só o independente e underground prestam. Tudo tem seu lado bom como tudo tem seu lado ruim.
O lado bom das gravadoras já é bem conhecido, o ruim então nem se diga, por isso agora mostraremos para vocês o lado bom do independente, estreando com chave de ouro com Velhas Virgens e seguindo o ritmo com varias outras bandas do mais puro rock ‘n roll.

Long Live Rock ‘n Roll
@ZeroRoll e @Matheuscolla



http://www.velhasvirgens.com.br/

3 comentários:

  1. Muito boa a entrevista, e parabéns pelo blog, muito bom!

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  2. Parabens MESMO, Matheus e Zero!
    Capricharam!
    Ficou demais! Texto, tema, e é claro, a entrevista! Ces mandaram mto bem!

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